Glub

Friday, March 10, 2006

Os Miseráveis do Saara




(...)"Depois da aparição do islã, acabou-se! O nada intelectual absoluto, o vazio total. Viramos um país de mendigos pulguentos. Mendigos cheios de pulgas, é isso que nós somos. Ralé, ralé..." "Vocês precisam se lembrar, cher monsieur , que o islã nasceu em pleno deserto, no meio de escorpiões, camelos e animais ferozes de toda espécie. Sabe como eu chamo os muçulmanos? os miseráveis do Saara. Eis o único nome que eles merecem. Você acha que o islã poderia ter surgido numa região tão esplendida? Não, monsieur. O islã só podia nascer num deserto estúpido, no meio de beduínos sebosos que não tinham nada melhorar para fazer - com perdão pela expressão, do que enrabar camelos. Quanto mais uma religião se aproxima do monoteísmo, pense nisso, cher monsieur -, mais ela é inumana cruel, e o islã é, de todas as religiões, a que impõem o monoteísmo mais radical. Desde o seu nascimento ela se caracteriza por uma sucessão ininterrupta de guerras invasões e massacres; enquanto ela existir a concórdia não poderá reinar no mundo." (...) "Quando se lê Corão, não se pode deixar de ficar impressionado com o deplorável clima de tautologia que caracteriza a obra: Não há outro deus senão o Deus único etc. Desse jeito, convenhamos, não se pode ir muito longe.Veja como o catolicismo, religião sutil, que eu respeito, que sabia o que convém à natureza do homem, afastou-se rapidamente do monoteísmo que sua doutrina inicial lhe impôs.(...) Um deus único! Que Absurdo! Que absurdo inumano e fatal! Um Deus de Pedra, cher monsieur, um deus sanguinário e ciumento que nunca deveria ter ultrapassado as fronteiras do Sinai."(...)" Veja o que nos resta hoje em dia...”(mostrou ao acaso duas mulheres de véu que avançavam penosamente carregando pacotes de mercadoria) "um monte te de balofas informes que se disfarçam debaixo de esfregões. Assim que se casam, não pensam em outra coisa senão comer. Elas comem, comem, comem..."(...) "Não, creia-me, cher monsieur, o deserto só produz desmiolados e cretinos”.

Trecho do livro Plataforma de Michael Houellebecq

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